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Saúde, bem-estar e crise econômica
Em época de crise econômica, a contenção de despesas é uma preocupação constante. Fazemos alguns cortes aqui, outros ali, mas eles nunca parecem ser suficientes.
Quando nos damos conta, já paramos de pagar a academia e até a lista de compras já sofreu mudanças.
Atualmente, com a saúde sempre em pauta, como é possível ser saudável em meio à crise? Será que o corte de gastos realmente influencia os nossos hábitos de vida? O Vigilantes do Peso preparou este artigo para mostrar que SIM, ainda é possível ter bons hábitos mesmo com a inflação em alta.
Apesar de ter cancelado a matrícula da academia, isso não é desculpa para você se tornar sedentário. Aproveite a temperatura convidativa da primavera e a chegada do verão para se exercitar pela manhã ou ao final da tarde, em parques arborizados ou pela orla, curtindo a vista para o mar. Além de ajudar a manter o corpo em movimento ao mesmo tempo em que se respira ar puro, praticar atividades físicas em meio a paisagens bonitas da natureza é um convite para aliviar o estresse do dia a dia.
O estresse ocasionado pela tensão diária pode virar uma “bola de neve”. Agravado por diversos fatores, como a própria crise econômica e a falta de exercícios físicos, quando ocorre de forma desenfreada, acaba por influenciar até as escolhas alimentares, o que pode refletir no seu bolso e também na balança, podendo ser fator desencadeante para a chamada fome emocional.
A fome emocional é quando recorremos à comida em resposta aos sentimentos, sejam eles positivos ou negativos. Muitas vezes, as escolhas alimentares influenciadas pelas emoções são inadequadas, exageradas; e não necessariamente feitas visando a saciar a fome real, a fome física. As guloseimas e os alimentos gordurosos são opções campeãs de escolha como forma de escape. Os biscoitos, por exemplo, estão presentes em 99,6% dos lares brasileiros1 e, no Brasil, suas vendas perdem apenas para os Estados Unidos, que lideram o ranking4.
Outro fator que pode contribuir para o aumento dos gastos - e do ganho de peso - é a busca pela praticidade. Os biscoitos, citados anteriormente, quando em suas versões recheadas, custam em média R$ 13,00 o quilo, por exemplo. Os congelados presentes nas gôndolas dos supermercados e a enorme variedade de restaurantes fast-food, também acabam sendo escolhas rotineiras e contribuem para o aumento dos gastos.
Se você está convencido de que a praticidade não influencia sua economia pessoal e sua saúde, confira as comparações a seguir:
Produto 1 | Média de Preço por Litro (R$) |
Néctar de Laranja Tradicional¹ | 3,80 |
Suco de Laranja Natural da Fruta (2 kg de laranja)² | 5,50 |
Produto 2 | Média de Preço por kg (R$) |
Batata Frita Industrializada¹ | 7,10 |
Batata Comum² | 4,99 |
Produto 3 | Média de Preço por kg (R$) |
Bolinho Industrializado¹ | 36,25 |
Bolo Simples Caseiro com Cobertura de Chocolate² | 5,60 |
Produto 4 | Média de Preço por kg (R$) |
Macarrão Instantâneo¹ | 9,65 |
Macarrão Comum Tipo Espaguete² | 4,00 |
1) NÉCTAR DE LARANJA INDUSTRIALIZADO X SUCO DE LARANJA NATURAL DA FRUTA
Você deve estar se perguntando: “Mas, então, o suco industrializado, que é mais barato, vale mais a pena? ”. Vamos lá:
O MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) estabeleceu, por meio de uma norma, que todas as bebidas tipo néctar de laranja, a contar do dia 31 de janeiro de 2015, devem conter 40% de suco em sua composição. Então, vamos fazer as contas:
Se 1 litro de suco de laranja custa R$ 5,50, os 400 ml de suco presentes no néctar sairiam a R$ 2,20. Considerando que o néctar é vendido a, aproximadamente, R$ 3,80, você paga R$ 1,60 por água, açúcar e aditivos, o que nos leva a outros pontos:
A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estabeleceu que a lista de ingredientes dos produtos industrializados deve seguir ordem decrescente, ou seja, o primeiro ingrediente é sempre o que existe em maior quantidade no produto. De 10 sucos avaliados, metade deles apresenta, na lista de ingredientes, o açúcar antes do suco de laranja, o que indica que metade dos néctares avaliados possui mais açúcar do que suco.
Se ainda não está convencido pela troca mais barata e saudável, os sucos industrializados avaliados fazem uso de aditivos alimentares, como acidulantes, antioxidantes, estabilizantes e corantes (com variações de marca para marca), que têm a função de ajudar na conservação e no aspecto sensorial da bebida, mas não são benéficos para a saúde.
Guarde estas dicas importantes do Vigilantes do Peso: sempre leia os rótulos e desconfie de produtos com nomes pouco familiares ou difíceis de serem pronunciados.
2) BATATA FRITA CONGELADA INDUSTRIALIZADA X BATATA IN NATURA
Além da diferença de preço, a batata frita industrializada possui estabilizantes e passa por uma pré-fritura. Esse processo faz com que a batata absorva óleo antes mesmo de ser preparada e chegar ao seu prato. Economize substituindo as batatas fritas industrializadas pelas batatas in natura e torne sua refeição mais saudável preparando-as no forno.
3) BOLINHO INDUSTRIALIZADO X BOLO SIMPLES CASEIRO
Entre as comparações realizadas, essa foi a que teve maior diferença de preço. Além da diferença gritante em reais entre o produto industrializado e o caseiro, nos rótulos avaliados encontramos: açúcar, glicose, maltodextrina, doce de leite, gordura vegetal hidrogenada, margarina, conservantes, corantes, acidulantes, emulsificantes, estabilizantes e espessantes, entre outros.
4) MACARRÃO INSTANTÂNEO X MACARRÃO COMUM
Apesar da diferença enorme de preço, dados da WINA (World Instant Noodles Association) mostram que o Brasil ocupa o 10o lugar entre os países que mais consomem macarrão instantâneo.
Agora, com relação à sua saúde: você sabia que, antes de ser embalado, o macarrão instantâneo já foi frito? Esse processo faz com que ele tenha muito mais gordura do que o macarrão comum.
Em 85 g, 15 g são de Gorduras Totais e 6 g de Gorduras Saturadas no macarrão instantâneo seco, contra apenas 1 g de Gorduras Totais e 0,1 g de Gorduras Saturadas no macarrão comum tipo espaguete seco. Além disso, o macarrão instantâneo é acompanhado de um sachê de tempero que possui ingredientes como sal, amido, açúcar e óleo, além de realçadores de sabor e corantes, entre outros, que são potencialmente prejudiciais à saúde.
Depois de expor essas comparações, podemos ter uma breve ideia de que a população está gastando mais dinheiro e consumindo, cada vez mais, produtos de baixa qualidade nutricional que são prejudiciais à saúde.
Economizar dinheiro e ser saudável, quem não quer? O Vigilantes do Peso ajuda você a mudar os hábitos para toda a vida. Conte com a gente!
REFERÊNCIAS
1 Fonte: Média dos preços de produtos presentes no mercado (MINTEL).
2 Fonte: Média de preços entre os mercados Extra, Pão de Açúcar e Zona Sul.
3 Kantar Worldpanel, “Mesmo com a crise, os biscoitos permanecem nos lares”. Agosto 2015.
4 Euromonitor.