Outubro Rosa
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de mama ainda atinge cerca de 1,38 milhões de mulheres por ano. No Brasil, o Ministério da Saúde calcula 52.680 casos novos em um ano, com um risco estimado de 52 casos a cada 100 mil mulheres.
Diante desses dados, o movimento Outubro Rosa, que acontece este mês, estimula a participação da população, de empresas e de entidades, unindo diversos povos em prol da prevenção e do combate ao câncer de mama em todo o mundo.
Excesso de peso e o câncer de mama
Estudos comprovam que o excesso de peso possui relação direta com o desenvolvimento do câncer de mama, principalmente quando associado com a chegada da menopausa. O sobrepeso e a obesidade possibilitam alterações genéticas que podem levar a diversos tipos de câncer, dentre eles, o de mama.
Segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia, 90% dos casos de câncer de mama não tem origem hereditária (de família), sendo ocasionados por alterações genéticas devido a fatores como o excesso de peso, inatividade física e excesso do consumo de álcool e gorduras saturadas, por exemplo.
Hábitos alimentares
Pesquisas recentes revelam que o consumo de bebidas alcoólicas está associado com o desenvolvimento do câncer de mama.
O consumo de álcool altera os níveis de estrogênio, um hormônio feminino importante que influencia o crescimento e desenvolvimento do tecido mamário, podendo favorecer a reprodução de células cancerígenas. O álcool também reduz a absorção de ácido fólico (vitamina B9) e uma alimentação pobre nesse nutriente aumenta ainda mais o risco. Os alimentos com maior teor de folato são os vegetais folhosos verde-escuros frescos (couve-manteiga, agrião, espinafre, por exemplo), fígado, ovo, cereais enriquecidos e grãos integrais.
O sistema imunológico é o mecanismo de defesa do nosso corpo. Ele nos protege contra qualquer “invasor” (vírus, fungos e bactérias, por exemplo), defeito ou célula estranha que se desenvolva no nosso organismo, inclusive do câncer. Vitaminas, minerais e substâncias antioxidantes, presentes nas frutas, legumes e grãos integrais, ajudam a manter o sistema imunológico forte, pronto para nos defender! Alimente-se bem para potencializar sua defesa e proteger suas células.
Durante o tratamento
Além dos tratamentos convencionais, como a mastectomia (cirurgia), a quimioterapia e a radioterapia, é muito importante que as vítimas da doença e a população em geral tenham consciência de que se alimentar de forma adequada e praticar exercícios leves regularmente também são importantes armas durante a batalha contra o câncer de mama, além de ajudarem a evitar o ganho de peso durante essa fase.
Confira algumas dicas do Vigilantes do Peso:
Mexa-se: a quimioterapia e a radioterapia podem causar fadiga e cansaço. Se você não se sentir disposta a se exercitar, faça caminhadas leves ou um pequeno passeio de bicicleta pelo bairro. Além de combater o ganho de peso, manter-se levemente ativa pode aumentar o seu nível de energia, além do seu senso de força durante o tratamento.
Saladas cruas ou cozidas: se sua contagem de células brancas e vermelhas no sangue está OK, as frutas, legumes e verduras cruas estão liberados. Fica melhor ainda se você os tiver preparado em casa, pois assim tem-se a garantia que foram realmente bem lavados. Se sua contagem está baixa, você também deve comer esses alimentos, porém cozidos.
Aumente o consumo de proteínas: recomendamos vegetais ricos em proteínas, como feijões, lentilha e quinoa e, também, oleaginosas como nozes e castanhas. Você precisa consumir quantidades adequadas de proteína para ajudar na reparação de células brancas e vermelhas no sangue, que podem diminuir por conta da quimioterapia. Evite alimentos preparados à base de soja.
Controle os sintomas dos efeitos colaterais do tratamento:
- O gengibre, balas à base de hortelã, água mineral gelada com limão e bebidas com gás geralmente melhoram as náuseas. Mas fique atento se existem feridas na boca. Nesse caso, os alimentos pouco temperados, como o arroz e a batata podem ajudar.
- Para as feridas na boca, as orientações são manter a boca sempre limpa e enxaguar com água filtrada. É indicado comer alimentos pastosos, sopas ou sucos. Alimentos gelados (sorvetes leves e gelatina) ajudam a anestesiar a boca. Evite alimentos quentes, ácidos, picantes ou muito salgados.
- Contra a constipação intestinal, um efeito colateral comum aos remédios antináuseas, alimentos com alto teor de fibra ajudam bastante. Além disso, consuma bastante líquido, preferencialmente água.
- Caso ocorra dor para engolir, os alimentos devem ser preparados na consistência que for melhor tolerada e as refeições devem ser em pequenas quantidades várias vezes ao dia. A inclusão de bebida na refeição também ajuda a minimizar a dor.
- Se houver ausência ou alteração de paladar, capriche nos temperos naturais como manjericão, orégano, hortelã e alecrim, por exemplo. Também é importante manter a boa higiene bucal e evitar consumir alimentos muito quentes ou muito gelados.