Bem-Estar

O que é obesidade: tudo o que você deve saber sobre a doença

Publicado 13 de Dezembro, 2021

A doença tem a ver com a qualidade de vida e o tratamento deve ser de longa duração. Entenda o que é obesidade e como cuidar da condição

Nos tempos em que vivemos, doenças como a obesidade se tornam cada vez mais comuns. Um relatório publicado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, apontou que 2,3 bilhões de adultos em todo o mundo estão com obesidade ou sobrepeso, além de mais de 150 milhões de crianças.

E o legado da pandemia de Covid-19 para agravar este quadro é muito significativo. Um estudo realizado em agosto de 2021 nos Estados Unidos mostrou que as taxas de obesidade aumentaram entre as crianças do país.

Se você tem dúvidas sobre o que é obesidade, continue lendo. Selecionamos tudo que você precisa saber sobre o que significa obesidade, tipos de obesidade, o que é obesidade mórbida, e como cuidar da saúde. Confira!

O que é obesidade?

A definição de obesidade feita pela OMS é quando o corpo possui um acúmulo anormal ou excessivo de gordura que apresenta algum tipo de risco à saúde.

A organização também afirma que a obesidade é um dos principais problemas de saúde pública do século XXI, sendo um dos principais causadores de mortes evitáveis da atualidade.

Obesidade é doença?

Para quem tem a dúvida se obesidade é doença, OMS afirma que sim. É uma condição crônica e que deve ser controlada e tratada ao longo da vida, para diminuir as complicações e os riscos à saúde do indivíduo.

Apesar disso, é importante entender que a obesidade não se resume apenas ao quadro crônico. Existe uma série de fatores que influenciam o peso corporal, como hormônios, genética, estado emocional, ingestão de medicamentos e até mesmo a inflamação de alguns órgãos.

Quais são os tipos de obesidade?

O principal parâmetro utilizado internacionalmente para mensurar se há gordura exagerada no organismo é o Índice de Massa Corporal (IMC).

A partir dele é feito o cálculo para determinar se a pessoa está dentro da faixa de peso recomendada para sua altura. O IMC divide o peso em quilos da pessoa pela sua altura em centímetros elevada ao quadrado (kg/m²).

Apesar do IMC ter muita relevância, esta medida deve ser analisada com muito cuidado. Afinal, ela não distingue a massa muscular da gordura. Por exemplo, uma pessoa com muitos músculos pode ter um IMC de sobrepeso, mas não quer dizer que ela esteja acima do peso por causa desse cálculo apenas.

Confira como a OMS faz a classificação da obesidade, de acordo com a mensuração do IMC, para adultos a partir dos 19 anos:

CategoriaIMC adultos(kg/m²)Abaixo do pesoMenor que 18,5  Peso ideal18,5 - 24,9Levemente acima do peso (sobrepeso)25 - 29,9Obesidade grau I (leve)30 - 34,9Obesidade grau II (severa)35 - 39,9Obesidade grau III (mórbida)Acima de 40

Agora que você entendeu como é feita a mensuração dos diferentes graus de obesidade, que tal conhecer um pouco mais sobre as características de cada uma delas?

  • Sobrepeso: é quando o indivíduo se encontra um pouco acima da faixa recomendável no IMC, que é o desejável para manter uma boa saúde.
  • Obesidade leve (grau I): uma situação mais moderada, mas pode trazer complicações como hipertensão ou diabetes.
  • Obesidade severa (grau II): essa faixa pode levar a um risco mais alto de complicações do metabolismo, como é o caso da hipertensão e da diabetes, além de problemas ósseos e nas articulações.
  • Obesidade mórbida (grau III): esse é o ponto mais grave da obesidade, pois deixa a pessoa mais vulnerável ao desenvolvimento de diversas complicações de saúde, podendo até mesmo diminuir o tempo de vida do indivíduo. Neste caso há um acúmulo muito grande de tecido adiposo — a gordura — no corpo.
Qual o panorama da obesidade no Brasil?

A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) 2019, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), traz os dados mais recentes sobre os níveis de obesidade no Brasil.

Entre os anos 2003 e 2019, a população de pessoas obesas acima de 20 anos no País mais que dobrou, pulando de 12,2% para 26,8%. Entre as mulheres, o índice foi de 14,5% para 30,2%, enquanto entre homens a taxa aumentou de 9,6% para 22,8%.

Quando falamos de excesso de peso de pessoas na mesma faixa etária, durante o mesmo período, o número passou de 43,3% para 61,7%. A pesquisa mostrou que, em 2019, 1 a cada 4 pessoas acima de 18 anos estava obesa. O número equivale a 41 milhões de brasileiros.

Qual a principal causa da obesidade?

Engana-se quem pensa que a obesidade é ocasionada unicamente por uma alimentação exagerada combinada a uma vida sedentária. Existem inúmeros fatores que podem levar a esse quadro.

É verdade que o sedentarismo e o excesso de consumo calórico são algumas das causas da obesidade, mas não são os únicos. Também é preciso considerar fatores como a genética do indivíduo, problemas hormonais, doenças metabólicas e psicológicas, estresse, depressão, adicção e muitos outros fatores.

Além disso, é muito importante considerar fatores demográficos e socioeconômicos quando falamos em obesidade. Pessoas com menor poder aquisitivo têm menos acesso a alimentos saudáveis e acabam consumindo mais alimentos ultraprocessados, que são ricos em açúcares e gorduras — e podem agravar quadros de obesidade e sobrepeso.

Atualmente, um dos agentes causadores da obesidade é a desnutrição, principalmente nos países em desenvolvimento. De acordo com a OMS, o crescimento de crianças com sobrepeso ou obesas foi maior que 30% em países emergentes.

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Quando considerar obesidade?

Além do cálculo do IMC, é possível analisar outros fatores para poder diagnosticar um quadro de obesidade ou sobrepeso.

Existem alguns exames para medir os níveis de gordura no corpo que podem ajudar nesta avaliação:

  • Circunferência abdominal: além do IMC, é um dos exames mais comuns para mensurar a obesidade. É feita pela medida do depósito de gordura na região do abdômen e da cintura.
  • Bioimpedância: exame que avalia a composição do corpo e indica a quantidade de ossos, músculos e gorduras.
  • Espessura das pregas cutâneas: mede a gordura localizada no tecido abaixo da pele, focado na quantidade de gordura interna.

Lembre-se de sempre procurar um médico para fazer o diagnóstico e indicar o tratamento mais adequado para você.

Quais são os sintomas de pacientes obesos?

Para entender os sinais de obesidade, fique de olho a alguns possíveis sintomas:

  • Dores no corpo: o corpo faz excesso de esforço para suportar o peso. Isso pode ocasionar dores nos ombros, joelhos, pernas e costas.
  • Falta de ar: o excesso de gordura na região abdominal exerce pressão nos pulmões, o que pode causar dificuldades respiratórias.
  • Problemas no sono: incluindo roncos noturnos e apneia, por causa do excesso de gordura nas vias respiratórias.
  • Dificuldade para fazer esforços: em atividades físicas, por exemplo, já que o corpo tem mais trabalho para suportar o excesso de peso.
  • Infecções fúngicas, manchas e dermatites: em casos mais graves, suor e sujeiras podem se acumular entre as dobras do corpo, o que pode gerar problemas dermatológicos.

Quais as consequências da obesidade?

Além dos sintomas mencionados anteriormente, o que a obesidade causa ou pode causar é uma série de complicações de saúde associadas a esta condição.

Alguns dos problemas podem incluir problemas pulmonares, diabetes, insuficiência cardíaca, hipertensão (pressão alta), doenças cardiovasculares e metabólicas. E, atualmente, sabemos que a obesidade também é considerada um fator de risco em casos de infecção por Covid-19.

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Como tratar a obesidade?

Um dos principais meios de reduzir os índices de obesidade é com a prática de atividades físicas e uma dieta balanceada. A adoção de um estilo de vida mais saudável contribui para a redução do acúmulo de gordura no corpo.

Lembre-se que este é um processo de longo prazo. Mais difícil que atingir o peso ideal, é conseguir mantê-lo. Dietas “milagrosas” ou muito restritivas podem parecer uma boa solução imediata, mas podem trazer efeitos colaterais ainda mais difíceis de lidar em longo prazo.

Perder peso aos poucos é sinal de sucesso para a sua saúde! Com apenas 5% do peso eliminado, já é possível perceber as diferenças: mais disposição para realizar as atividades do dia a dia, além de redução das taxas de colesterol e gordura no fígado.

Por isso, é importante manter um acompanhamento médico constante com profissionais que possam indicar as melhores soluções para você: consulte um endocrinologista, um nutricionista e, se necessário, um psicólogo ou psiquiatra.

Agora que você já conhece mais sobre a obesidade, que tal cuidar do seu corpo com o carinho e o cuidado que ele merece? Acompanhe nosso blog para mais conteúdos sobre saúde!

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