Bem-Estar

Índice de Massa Corporal, explicado

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Publicado 16 de Outubro, 2018

 

O Índice de Massa Corporal (IMC) é uma medida simples para estimar riscos à saúde relacionados ao peso. Esse é um dos parâmetros que o seu médico ou nutricionista usa para avaliar o seu estado nutricional e um ponto de partida para uma avaliação mais detalhada sobre a sua saúde. O IMC é utilizado para pessoas acima de 20 anos de idade - para crianças e adolescentes é levado em consideração o sexo, a idade e o peso para determinar o IMC-por-idade.

Reconhecido pela Organização Mundial da Saúde e pelo Ministério da Saúde, o IMC representa a relação entre o peso e a altura para estimar a quantidade de gordura corporal.1 Um alto percentual de gordura corporal está associado ao aumento do risco de desenvolvimento de certas doenças, como hipertensão arterial, diabetes tipo 2, problemas respiratórios e certos tipos de câncer, podendo levar à morte.2, 3, 4

 

 

Como o IMC é calculado?

O cálculo do IMC é muito simples e pode ser feito em uma calculadora online, como a presente no site da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica.

Cálculo IMC: seu peso (em quilos) dividido por sua altura ao quadrado (em metros), expresso em kg/m2.

Fórmula: peso (kg)/[altura (m)]2

Exemplo: peso 92kg e altura 1,78m

Cálculo: 92/(1,78)2 = 92/3,17 = 29,0

Peso
Altura
__._
BMI

O IMC é interpretado utilizando as seguintes categorias.1

IMC (kg/m2) Classificação
<18,5 Baixo Peso
18,5 – 24,9 Peso saudável
25,0 – 29,9 Sobrepeso
>30,0 Obesidade​

 

Sobrepeso e obesidade significam que o indivíduo se encontra em uma faixa de peso maior do que a que geralmente é considerada saudável para uma determinada altura. Esses termos são usados como um sinal de maior risco para certas doenças, como diabetes tipo 2 e apneia obstrutiva do sono.4 Baixo peso é a faixa de peso abaixo da que é geralmente considerada saudável para uma determinada altura e pode indicar condições médicas subjacentes ou distúrbio alimentar e maior risco de desenvolvimento de  doenças como a osteoporose.

 

Por que usar o IMC?

• O IMC não é um método perfeito para mensurar o estado de saúde de uma pessoa. Algumas de suas limitações incluem:

• Não avalia diretamente a gordura corporal – existem outros métodos mais eficazes para a avaliação da composição corporal, como a circunferência de cintura e a densitometria.

• Não é preciso para utilizar em atletas, pois não leva em conta o peso dos ossos, músculos e órgãos5.

• Não é preciso para ser utilizado em certos grupos étnicos, como descendentes de asiáticos (as categorias de peso possuem diferentes pontos de corte para descendentes de asiáticos; por exemplo, sobrepeso é definido como IMC entre 23,0 e 27,5 ao invés de 25,0 e 29,9).6

• Pessoas com IMC similar podem possuir diferentes tipos de fatores de risco, como genética, estilo de vida e o meio em que vivem.7,8,9

• Os níveis de gordura corporal diferem entre categorias demográficas e duas pessoas com o mesmo IMC podem ter diferentes níveis de gordura corporal. Por exemplo, mulheres tendem a apresentar mais gordura corporal do que homens, pessoas mais velhas tendem a apresentar mais gordura corporal do que jovens e atletas tendem a apresentar menos gordura corporal do que não-atletas.10

 

Ainda assim, o IMC continua a ser o melhor método para estimar os riscos à saúde relacionados ao peso na população devido à sua acessibilidade – é um cálculo simples, baseado em valores facilmente mensuráveis (peso e altura) e relativamente fácil de entender.11, 15 Além disso, pesquisas mostram que o IMC está fortemente correlacionado a outros métodos de avaliação da gordura corporal considerados padrão-ouro (ou seja, os melhores).1, 12 Outros métodos como bioimpedância, densitometria, dobras cutâneas e pesagem subaquática tendem a ser caros, invasivos, difíceis de se obter e requerem pessoal treinado.15

 

Quais os casos em que o IMC não é o melhor método?

Para pessoas que regularmente praticam atividades físicas vigorosas ou atletas, outras medidas de composição corporal podem ser mais precisas que o IMC para associar o peso com o risco à saúde, como circunferência da cintura, do quadril, do braço e da coxa e medição de dobras cutâneas com adipômetro. As medidas corporais podem ser complicadas de se fazer, por isso, é melhor procurar um profissional de saúde qualificado.

 

IMC e a jornada de perda de peso

O IMC, assim como a balança, é uma ferramenta que pode ser usada para medir as mudanças na sua composição corporal e no seu peso, que podem estar relacionadas ao aumento dos riscos à sua saúde.

Quando o IMC está acima da faixa considerada saudável, a literatura científica sugere que mesmo uma perda de peso moderada pode diminuir significativamente os riscos de se desenvolver pressão arterial elevada, diabetes tipo 2, doenças cardíacas, ocorrência de cânceres relacionados à obesidade e morte prematura.13, 14, 15 Além disso, uma redução de 5 a 10% do peso está associada a melhora da qualidade do sono, humor e disposição.16, 17

Quando o IMC está abaixo de 18,5, a intenção de manter um peso dentro da faixa saudável (18,5 a 24,9) pode reduzir o risco de condições de saúde associadas ao baixo peso corporal, incluindo a osteoporose.

Independentemente de se seus objetivos são perder ou manter peso, você provavelmente descobrirá que acompanhar as mudanças em seu peso é mais fácil do que interpretar alterações no IMC. Compreender as faixas de peso do IMC pode ajudá-lo a conectar seu peso a possíveis riscos à saúde, no entanto, o IMC é apenas uma medida de bem-estar.

Importante: recomendamos que você defina metas, relacionadas ao peso ou não, que o conduzam a um longo do processo para se tornar uma pessoa mais feliz e saudável.

 

1 Global Health Observatory. from http://www.who.int/gho/ncd/risk_factors/bmi_text/en/

2 Nguyen NT, Magno CP, Lane KT, et al. Association of hypertension, diabetes, dyslipidemia, and metabolic syndrome with obesity: findings from the National Health and Nutrition Examination Survey, 1999 to 2004. J Am Coll Surg. 2008;207(6):928-934.

3 Keum N, Greenwood DC, Lee DH, et al. Adult weight gain and adiposity-related cancers: a dose-response meta-analysis of prospective observational studies. J Natl Cancer Inst. 2015;107(2): djv088.

4 Young T, Peppard PE, Gottlieb DJ. Epidemiology of obstructive sleep apnea: a population health perspective. Am J Respir Crit Care Med. 2002;165(9):1217-1239.

5 Disability and Obesity. Centers for Disease Control and Prevention. from https://www.cdc.gov/

6 Chinese Community Health Resource Center. Body Mass Index (BMI) for adults. Retrieved on August 16, 2017 from http://www.cchrchealth.org/

7 Faith MS, Kral, TVE. Social environmental and genetic influences on obesity and obesity-promoting behaviors: Fostering research integration.  (2006). University of Pennsylvania School of Medicine.

8 Risk Factors. from https://www.nhlbi.nih.gov/health/health-topics/topics/obe/risks

9 NHLBI. 2013. Managing Overweight and Obesity in Adults: Systematic Evidence Review from the Obesity Expert Panel, 2013.

10 Gallagher D, et al.How useful is body mass index for comparison of body fatness across age, sex, and ethnic groups? Am J Epidemiol. 1996; 143(3):228-39.

11 U.S. Preventive Services Task Force. Screening for obesity in adults: recommendations and rationale. Ann Intern Med. 2003 Dec. 2; 139 (11):930-2.

12 Flegal, KM, Graubard, BI.. Estimates of excess deaths associated with body mass index and other anthropometric variables. Am. J. Clin. Nutr., 2009. 89(4): 1213–1219.

13 Blackburn G. Effect of degree of weight loss on health benefits. Obes Res.1995;3(2):211s-216s.

14 Jensen MD, et al. 2013 AHA/ACC/TOS guideline for the management of overweight and obesity in adults: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association Task Force on Practice Guidelines and The Obesity Society. Circulation.

15 Wolin KY, Carson K, Coldotz GA.. Obesity and Cancer. Oncologist. 2010;15:556-565.

16 Alfaris N, et al. Effects of a 2-year behavioral weight loss intervention on sleep and mood in obese individuals treated in primary care practice. Obesity. 2015;23:558-564.

17 Vincent HK, et al. Obesity and weight loss in the treatment and prevention of osteoarthritis. PM R. 2012;4 (5 Suppl): S59-S67.