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Diga sim para o que você adora comer! Aqui, você pode.
Publicado 12 de Agosto, 2016

Como você está se sentindo?
Emagrecer é mais do que cuidar da sua alimentação.

 

"Calorias ingeridas, calorias consumidas" resume a lei da termodinâmica aplicada a perder e ganhar peso. Mas há outros fatores que determinam o resultado de um plano de emagrecimento, entre eles o humor, ou estado de espírito.

A relação entre humor e peso é complicada – afetada por uma variedade de componentes que incluem escolhas alimentares, hormônios e a capacidade de cada um de lidar com os desafios do processo.


Escolhas alimentares e humor

Alimentos (individualmente falando) e padrões alimentares podem afetar o humor e o peso tanto de formas positivas quanto negativas. Diversos estudos já mostraram que a cafeína presente no café provoca uma melhora no humor.1 Um estudo realizado na Finlândia verificou que as pessoas que respondiam ao estresse comendo eram as que tinham maior peso. Mais especificamente, elas comiam mais linguiça, hambúrguer, pizza e chocolate e ingeriam mais álcool que aquelas que não recorriam à comida em resposta ao estresse.2 Alimentos cheios de açúcar, gorduras e calorias podem aliviar a tensão, daí serem mais desejados durante esses períodos.3

A influência do organismo
Diversos hormônios e outros fatores biológicos afetam o nosso humor e, potencialmente, o peso. Entre eles estão o cortisol, um hormônio produzido pelas glândulas suprarrenais, e o estrogênio, principal hormônio sexual feminino.

Um estudo mostrou que mulheres suscetíveis a índices mais altos de estresse apresentavam níveis baixos de cortisol e de resposta ao cortisol, um IMC maior e a tendência a sentir fome emocional.4 As taxas sanguíneas do hormônio grelina, que aumenta o desejo de comer, são mais altas durante períodos de estresse.5 Já uma elevação nas taxas do hormônio leptina em períodos de estresse pode reduzir a ingestão de alimentos.6

Inteligência emocional, humor e peso
Ficou comprovado que as habilidades individuais necessárias para lidar com os altos e baixos do cotidiano exercem um impacto significativo sobre o peso. Estudos mostram que adultos que estão abaixo do peso tendem a comer menos em resposta a estados emocionais positivos e negativos, enquanto a resposta dos adultos com sobrepeso é comer mais.7 Já os adultos que demonstram maior confiança em relação à própria capacidade de lidar com o controle do peso são mais bem-sucedidos no emagrecimento.8

A participação ativa em um programa de manutenção do peso pode rapidamente reduzir os fatores emocionais negativos que contribuem para o excesso de peso. Em um estudo realizado no Reino Unido, participantes de um programa de “pequenas mudanças” em 12 semanas apresentaram melhoras na sensação de bem-estar e no humor.9


Referências

1Heatherley SV, Hayward RC, Seers HE, Rogers PJ. Cognitive and psychomotor performance, mood, and pressor effects of caffeine after 4, 6 and 8 h caffeine abstinence. Psychopharmacology (Berlim). Fev. 2005; [Publ. eletr. antes da impr.]

2Laitinen J, Ek E, Sovio U. Stress-related eating and drinking behavior and body mass index and predictors of this behavior. Preventive Medicine. Jan. 2002; 34(1):29-39.

3Gibson EL. The psychobiology of comfort eating: implications for neuropharmacological interventions. Behavioural Pharmacology. Set. 2012; 23(5-6):442-60.

4 Tomiyama AJ, Dallman MF, Epel ES. Comfort food is comforting to those most stressed: evidence of the chronic stress response network in high stress women. Psychoneuroendocrinology. Nov. 2011; 36(10):1513-9.

5 Schellekens H, Finger BC, Dinan TG, Cryan JF. Ghrelin signalling and obesity: at the interface of stress, mood and food reward. Pharmacology & Therapeutics. Set. 2012; 135(3):316-26.

6Tomiyama AJ, Schamarek I, Lustig RH, et al. Leptin concentrations in response to acute stress predict subsequent intake of comfort foods. Physiology & Behavior. Ago. 2012; 107(1):34-9.

7 Geliebter A, Aversa A. Emotional eating in overweight, normal weight, and underweight individuals. Eating Behaviors. 2003; 3(4):341-7.

8Shin H, Shin J, Liu PY, et al. Self-efficacy improves weight loss in overweight/obese postmenopausal women during a 6-month weight loss intervention. Nutrition Research. Nov. 2011; 31(11):822-8.

9Paxman JR, Hall AC, Harden CJ, et al. Weight loss is coupled with improvements to affective state in obese participants engaged in behavior change therapy based on incremental, self-selected "small changes". Nutrition Research. Maio 2011; 31(5):327-37.