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Fome emocional
Algumas características da fome emocional são muito individuais. No entanto, pesquisadores descobriram alguns tópicos comuns que também levam a esse estado.
Seus estudos apontam como o ato de comer pode ser uma reação às emoções e não à fome.
Fome emocional e peso
Nem todos tendem a exagerar na comida por razões emocionais. Para aqueles que têm essa tendência, contudo, o impacto no peso pode ser significativo. Em uma pesquisa sobre o assunto, descobriu-se que indivíduos com maior peso são mais suscetíveis a comer em reação a sentimentos e situações negativos¹. Uma pesquisa realizada em 2011 descobriu que funcionários com altos níveis de fome emocional tinham maior tendência a ganhar peso. Em um ambiente de pesquisa, observou-se que a criação de uma emoção negativa sensibiliza o sistema de recompensa do cérebro, causando um desejo reativo e forte de comer². Talvez isso ajude a explicar por que o estresse emocional pode levar à desinibição alimentar³.
A fome emocional não está relacionada apenas às situações ruins. As emoções e os acontecimentos positivos também podem levar ao exagero aqueles que comem por razões emocionais. Em um estudo sobre os excessos alimentares cometidos por um grupo de mulheres obesas, descobriu-se que elas comiam mais como reação a emoções positivas e negativas do que em situações em que seu humor era neutro4.
Fome emocional e sucesso no emagrecimento
Comer em reação às emoções pode minar o emagrecimento. No entanto, uma pesquisa mostrou que se conscientizar sobre a fome emocional e desenvolver estratégias para lidar com esse processo funcionam. Em um estudo conduzido pela Universidade Técnica de Lisboa (Portugal), pesquisadores descobriram uma ligação direta entre a redução da fome emocional e o emagrecimento sustentável5.
Entender a ligação entre as emoções e a alimentação revela como o comportamento pode causar impactos no peso. Ter consciência das consequências que a fome emocional pode trazer ao processo de emagrecimento é o primeiro passo. Se você sofre com esse problema, desenvolver uma maneira de lidar com as emoções sem comida é vital para o emagrecimento duradouro.
FONTES
1Geliebter A, Aversa A. Emotional eating in overweight, normal weight, and underweight individuals. Eat Behav. 2003 Jan;3(4):341-7.
2Koenders PG, van Strien T. Emotional eating, rather than lifestyle behavior, drives weight gain in a prospective study in 1562 employees. J Occup Environ Med. 2011 Nov;53(11):1287-93.
3Wagner DD, Boswell RG, Kelley WM, Heatherton TF. Inducing negative affect increases the reward value of appetizing foods in dieters. J Cogn Neurosci. 2012 Apr 23. [Epub ahead of print]
4Patel KA, Schlundt DG. Impact of moods and social context on eating behavior. Appetite. 2001 Apr;36(2):111-8.
5Teixeira PJ, Silva MN, Coutinho SR, Palmeira AL, Mata J, Vieira PN, Carraça EV, Santos TC, Sardinha LB. Mediators of weight loss and weight loss maintenance in middle-aged women Obesity (Silver Spring). 2010 Apr;18(4):725-35.