Alimentação

Tudo o que Você deve saber sobre o Efeito Sanfona

Publicado 18 de Junho, 2019

A dificuldade de manter o peso depois de uma dieta rigorosa pode ocasionar no efeito sanfona. Entenda o que é e como evitar essa mudança no corpo.

A obesidade é, atualmente, uma das questões de saúde pública do planeta que mais demandam atenção. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que, em 2015, mais de 2 bilhões de adultos podem estar com sobrepeso ao redor do mundo e, destes, 700 milhões são obesos.

Os números em território nacional também apontam o que tem ocorrido com a população do país: segundo a Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica, mais da metade da população está acima do peso considerado saudável.

Os dados da ABESO apontam que, por exemplo, 56,08% dos habitantes adultos da região sul do Brasil apresentam excesso na balança.

Um resultado secundário do sobrepeso, mas que também está em pauta, é o efeito sanfona.

Caracterizado pelo emagrecimento rápido e, sequencialmente, pela recuperação também rápida de parte ou de todo o peso anteriormente eliminado, o efeito sanfona traz impactos e riscos ao organismo.

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O que é o efeito sanfona?

Efeito sanfona é o ciclo em que uma pessoa apresenta dificuldades em manter o peso após um período de dieta ou perda de quilos. Ele pode durar alguns meses ou vários anos e, quanto mais demorada a estabilização, mais o metabolismo do corpo sofrerá consequências.

Como o efeito sanfona acontece?

O efeito sanfona ocorre basicamente quando o indivíduo opta por um novo estilo de vida muito diferente do que possuía anteriormente, sem planejamento para sustentar esse novo padrão.

Isso é comum, por exemplo, em dietas muito restritivas, que prometem - e até chegam a cumprir - a perda de peso com muita rapidez.

No entanto, quando há uma transformação muito radical na alimentação - como a eliminação de todos os carboidratos das refeições, acontecem basicamente duas situações.

Na primeira, o corpo não compreende o que está havendo e se defende, criando um estado constante de alerta.

É como se o organismo dissesse “está faltando comida, preciso fazer algo”, e aí uma verdadeira bagunça começa a acontecer no metabolismo.

O resultado? Armazenamento de gordura, garantindo o funcionamento das funções vitais e da produção de hormônios, além de um metabolismo mais lento.  

Na segunda situação, a privação de certos grupos de alimentos, o que também é comum nas dietas da moda, torna-se insustentável após algum tempo.

Ainda utilizando os carboidratos como exemplo, passa a ficar cada vez mais difícil prosseguir em uma dieta que não permite o consumo de pães, arroz, massas e alguns tipos de legumes.

Por conta do tempo de restrição, é comum que a pessoa volte a consumir estes itens até mais do que consumia antes, retomando o peso anterior.

O que o efeito sanfona causa ao organismo?

O interminável ciclo de “engorda / emagrece” traz uma série de impactos negativos ao corpo humano.

Um estudo desenvolvido por mais de 15 anos e publicado recentemente no Journal of Clinical Endocrinology e Metabolism, conceituada publicação médica da Universidade de Oxford (Reino Unido), mostrou que o efeito sanfona tende a aumentar significativamente a atividade inflamatória em todo o organismo.

Além disso, pode desencadear o surgimento de doenças como a diabetes e as alterações cardiovasculares.

O estudo foi realizado com 3.678 participantes, e quanto mais alto era o índice de variabilidade média de peso, mais elevados eram os níveis de pressão arterial.

A perda de massa muscular, queda na imunidade e aumento do colesterol também merecem destaque.

Esta situação não é incomum entre os adolescentes que acabam sofrendo alguns reflexos. “Essa faixa etária é uma fase de crescimento e desenvolvimento que se reflete ao longo da vida.

Restrições muito severas na alimentação podem comprometer o crescimento e o desenvolvimento desse jovem, interferindo até mesmo na produção de hormônios”,  explica Matheus Motta, nutricionista do VigilantesdoPeso®.
De acordo com o nutricionista, as consequências do efeito sanfona e da obesidade podem refletir na vida adulta, pois a obesidade na infância e adolescência aumenta a morbidade e mortalidade precoce.

No WW jovens a partir de 13 anos podem fazer parte do programa, porém é necessário o acompanhamento de um médico a cada três meses, além da autorização dos pais. Nesse artigo explicamos todas as indicações para os jovens.

Estes são alguns dos resultados do efeito sanfona no organismo humano. Mas, afinal, como romper este ciclo e garantir o emagrecimento saudável?

Como evitar o efeito sanfona?

Reeducação alimentar é a chave para o equilíbrio e manutenção do peso corporal.

Comer de maneira adequada ao gasto calórico individual e às necessidades de cada pessoa é essencial para evitar o efeito sanfona e, consequentemente, para cuidar melhor da saúde.

Os programas de reeducação alimentar, que devem ser adaptados ao estilo de vida e às condições de saúde de cada pessoa, fazem justamente o contrário das famosas dietas.

No lugar de um emagrecimento muito rápido e que não se sustenta com o passar do tempo, o que acaba trazendo desânimo e, claro, o efeito sanfona, o que se tem é uma perda de peso gradual, que permite ao corpo ir se acostumando aos novos hábitos.

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Reeducação alimentar e seus benefícios

“Apesar de sempre ter me alimentado de forma saudável - comia frutas, legumes e verduras -, percebi no WW que comia além do que precisava. Com o programa, aprendi a verificar as porções ideais.

Além disso, comer fora de casa sempre foi o meu grande desafio. Agora, mudei meus hábitos e faço escolhas melhores”, conta Tatiane, que eliminou 24,9 kg desde que decidiu modificar sua rotina.  

Como é possível perceber no depoimento de Tatiane, nem sempre a questão mora apenas no consumo de alimentos calóricos.

Repensar a alimentação mesmo quando já se possui o costume de ingerir frutas, legumes e verduras significa também observar a quantidade, oferecendo ao corpo exatamente o que ele precisa.

As mudanças alimentares trazem impactos positivos não apenas físicos, mas também permitem a cada pessoa decidir pela superação de seus próprios obstáculos e a celebrarem as transformações benéficas em suas rotinas.

Leonardo, que deixou para trás mais de 34 kg, conta como isso se aplicou ao seu dia a dia.

“Um dos maiores desafios nesse processo de reeducação alimentar foi ajustar meus horários - possuo uma rotina muito atribulada e não tinha hora para comer. Foi preciso muito foco, não foi fácil.

Mas consegui administrar quantidades e não deixei de ir a festas ou curtir dias de folga. Nos fins de semana, organizava minhas refeições da semana seguinte, me preparando para as armadilhas do dia a dia.”

Hábitos saudáveis reais ampliam os cuidados individuais e também coletivos, com a família, com os amigos e com o entorno.

Por meio da alimentação saudável é possível também inspirar mudanças em outros aspectos da vida e criar conexões com outras pessoas que também buscam o real bem-estar.

Encerrar o ciclo do efeito sanfona é ir além da busca pelo peso ideal: é cuidar da saúde para alcançar novos sonhos e realizações.